Nesses últimos dias, que por sinal não foram nada fáceis, pude, em meio as minhas misérias, vivenciar de maneira muito simples, contudo, marcante, a presença de Deus em minha vida... Confesso que caridade era uma palavra extinta da minha vida e muitas coisas contribuíram para que isso acontecesse, mas a principal delas, foi a minha miséria, o meu pecado...
Me perdi em meus próprios ideais, em ilusões e frustrações que vivi, me perdi em meus medos, nas inseguranças, nas misérias... E o resultado disso tudo foi o desânimo ("E o que é alguém desanimado? É uma pessoa sem alma" - Monsenhor Jonas Abib), em meio à noites mal dormidas, ou em claro, já não sentia mais vontade de continuar com tudo o que um dia foi sonho plantado em mim...
Mas, mesmo desanimada, acordei cedo, e fui a um lugar que há tempos já sentia vontade de ir, fui para a Toca de Assis, procurei o endereço na internet e me "aventurei" nas ruas de São Paulo... Confesso que esperava encontrar a Toca de Assis que vi nos musicais, que ouvi nos Cds, com muita vida, com a alegria de servir a Deus na pobreza, contudo, ao chegar, me deparei com uma casa silenciosa, aparentemente sem vida, e no portão marrom, vi em letras quase apagadas pelo tempo, a frase que tem me marcado "Jesus sacramentado, nosso Deus amado!"... Relutei um pouco antes de entrar, mas decidi ir até o fim, afinal, se Deus havia plantado aquela curiosidade por conhecer os toqueiros, eu iria até o fim para saber o que Ele tinha a me dizer.
Ao entrar na casa de missão, minha decepção foi muito grande ao saber que a casa estava sendo desativada, que os irmãos que ali moravam estavam sendo transferidos, e o irmão que me acolheu me levou para conhecer alguns poucos cômodos que ainda estavam ativos, o refeitório e a capela, entrei na capela e permaneci alguns minutos diante do Senhor tentando entender o porque eu estava ali e tentando lidar com a minha frustração... Ao sair da capela o irmão me disse que infelizmente aquilo era tudo o que ele poderia me mostrar da casa de missão da Toca de Assis, mas, tudo o que eu realmente precisava já me havia sido apresentado, a capela, lugar onde estava/está o meu Senhor (demorei para entender isso)!
Passei alguns minutos conversando com um irmão de Campinas, que estava na casa em virtude da ExpoCatólica, nesses momentos de conversa pude ver o amor que ele tinha pela missão e a profunda tristeza ao falar dos irmãos que deixaram a missão... De alguma forma, isso me tocou profundamente, mesmo sem entender e sem merecer, ali eu estava sendo reavivada, através da vida de irmãos que eu não conhecia e que, talvez, jamais volte a vê-los, mas essa é a beleza de servir a Deus, é ser instrumento nas mãos Dele quando menos imaginamos que podemos servir!
Voltei pra casa, muito cansada, porém, pensativa, e lendo a revista que ganhei do irmão que me acolheu, aquele dia, aliás, aquelas poucas horas em que eu tive essa experiência da simplicidade e do amor e pude refletir sobre como estava a minha vida, mudaram algo em mim, algo que eu não consigo colocar em palavras, mas que tem me ajudado a seguir...
E para fechar tudo isso com chave de ouro, hoje, durante a hora santa, em meio a poucas pessoas, pude viver um momento tão maravilhoso ao lado de meus amigos e face a face com Deus, que vinha ao nosso encontro, que nos permitia adorá-Lo! Foi um momento de paz, que me fez perceber o quão pequeno é tudo o que eu tenho medo de deixar, medo de perder, me fez perceber que tudo o que eu tenho é nada diante da grandeza de Deus!
Amados, santo final de semana
Permaneçam na graça de Deus!
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